LAGARTA DO CARTUCHO AFETA PRODUÇÃO DE SORGO EM 20%


Kamila Pitombeira

           Na cultura do sorgo sacarino, a localização pode influenciar bastante quando o assunto é o ataque de pragas. Isso porque, caso a cultura esteja localizada próximo a canaviais, as pragas comuns à cana também podem danificar o sorgo. Entre as principais estão a lagarta do cartucho e a broca da cana-de-açúcar. A primeira pode causar prejuízos de até 20% na produção. A palestra Principais Pragas em Sorgo Sacarino Plantado em Áreas de Canavial é tema do Seminário Temático de Sorgo Sacarino, realizado nos dias 20 e 21 de setembro, no auditório do Núcleo de Informação para o Agronegócio (NIA) da Embrapa Milho e Sorgo.
          Segundo o Dr. José Waquil, pesquisador vinculado à Rede de Inovação Tecnológica para Defesa da Agropecuária, parceira do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (RIT DA – CNPq), quando a cultura do sorgo é cultivada em áreas próximas a canaviais, os insetos que se alimentam da cana-de-açúcar podem migrar e assim causar diferentes tipos de danos.
           — O sorgo sacarino tem uma característica diferente do sorgo cultivado para o grão. No caso do sorgo sacarino, colhe-se a planta antes da formação completa dos grãos. Então, as pragas que atacarão e afetarão a produtividade são aquelas que destroem ou causam danos às folhas e aos colmos das plantas — afirma o pesquisador.
          De acordo com ele, entre essas pragas, a lagarta do cartucho do milho é uma das principais. Ela é comum no sorgo e ataca também a cana. No entanto, além dela, existe a broca da cana-de-açúcar, uma praga típica dos canaviais, mas que ataca também o milho e o sorgo.
         — A lagarta do cartucho é fácil de ser identificada, pois ela ataca as folhas antes que elas se desenrolem completamente. Já a broca da cana-de-açúcar causa danos semelhantes nas duas culturas. Ela perfura o colmo na base e forma uma galeria ao se alimentar no interior do colmo. Nesse caso, quando ela penetra no colmo, seu controle fica praticamente impossível — conta.

De olho na lavoura

 

          Waquil explica que o manejo de pragas demanda um monitoramento permanente por parte do produtor rural. No caso da lagarta do cartucho no sorgo, por exemplo, o produtor deve fazer um monitoramento semanal logo após o plantio para detectar o início da infestação. Ele diz também que, no caso da broca da cana-de-açúcar, o controle biológico feito na cana apresenta efetividade também na cultura do sorgo.
        — Para o produtor de sorgo realizar o controle de pragas através de produtos químicos, esses produtos devem estar legalizados. A cultura de sorgo conta com alguns produtos registrados para o controle da lagarta do cartucho em cada estado. Como há um registro diferente para cada estado, ele deve consultar um engenheiro agrônomo de sua região para obter a receita agronômica adequada para sua lavoura — orienta o pesquisador.
           Ainda segundo ele, a lagarta do cartucho pode afetar a produção em até 20%. Já a broca, ocasiona um prejuízo proporcional à intensidade da infestação. Além disso, Waquil chama atenção também para o local onde o sorgo sacarino é produzido.
          — Quando o sorgo é cultivado próximo às usinas, o produtor deve estar atento também para as pragas gerais, como o cupim, combatido com tratamento de solo a base de defensivos — conta. 


FONTE: Portal Dia de Campo
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