MILHO APRESENTA VALORIZAÇÃO NA BOLSA DE CHICAGO

         As cotações do milho em Chicago igualmente melhoraram nesta semana, passando de US$ 6,99, no dia 18/08, para US$ 7,32/bushel nesta quinta-feira (25), após US$ 7,31 na véspera.
          Na realidade, nesta semana houve uma reversão mais clara nas expectativas dos operadores quanto à safra dos EUA, com os mesmos considerando que os volumes poderão ser ainda mais reduzidos do que os até aqui anunciados. Isso se deveria a problemas climáticos que estão mais visíveis no momento, embora esse tipo de jogo informativo sempre ocorra nessa época nos EUA. O fato é que as condições das lavouras de milho nesse país realmente pioraram, tomando-se por base o relatório do USDA. O mesmo indicou que até o dia 21/08 as lavouras em condições entre ótimo e excelente estado recuaram para 57%, contra 60% na semana anterior. Com isso, obteve-se 26% em condições regulares e 17% entre ruins e muito ruins.
           Pelo lado da demanda internacional, surpreendeu e preocupou o mercado a intempestiva compra de elevado volume de milho por parte do Japão, para 2012/13, levando a especulações quanto a existência de baixos estoques do produto nesse país asiático.
          Em contrapartida, o petróleo permaneceu com preços médios entre US$ 85,00 e US$ 86,00/barril durante a semana. Bastante baixos em relação ao praticado poucos meses atrás. Lembramos que, antes, o tema era também usado para forçar elevações em Chicago quando o barril ultrapassava os US$ 100,00. Assim, nota-se que em todos os grãos há uma busca de motivos fundamentais para a elevação de preços, confortando a movimentação especulativa do capital financeiro. A partir da colheita nos EUA (final de setembro) esse quadro pode mostrar outra realidade.
          Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho ficou, respectivamente, em US$ 312,00 e US$ 215,00.
          No mercado brasileiro, os preços se mantiveram dentro dos padrões das últimas semanas, não havendo grandes ofertas de milho de qualidade superior em muitas regiões. Na maior parte das regiões produtoras, a safrinha está praticamente colhida, já chegando a 90% no total do Centro-Sul brasileiro. Nessas condições, a média de preços no balcão gaúcho ficou em R$ 25,80/saco, enquanto os lotes no norte do Estado voltaram a registrar R$ 30,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 18,25/saco em Sorriso (MT), R$ 29,25/saco em Videira e Concórdia (SC) e R$ 30,00/saco em Pará de Minas (MG).
          Da forma como o mercado se apresenta, não expectativas de recuo nos preços do milho até o final do ano, salvo em momentos esporádicos. Essa situação deverá levar a um aumento na área de verão que vem sendo semeada no Centro-Sul brasileiro, fato que poderá causar alguma reversão a partir de fevereiro próximo. Todavia, ainda é cedo para certezas, mesmo porque teremos toda uma transição climática que poderá modificar o quadro. Não custa lembrar, nesse sentido, o que aconteceu nessa última safra em relação ao clima, entre as previsões e os fatos concretos.
          Enfim, a semana terminou com os preços na importação, CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 41,29 e R$ 37.33, respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina, para agosto. Já o produto argentino esteve cotado a R$ 37,23/saco para setembro. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou R$ 29,77 para agosto; R$ 30,04 para setembro; R$ 30,73 para outubro; R$ 30,78 para novembro; R$ 31,12 para dezembro; R$ 32,82 para janeiro; R$ 32,61 para fevereiro e R$ 32,82/saco para março de 2012. Mais uma vez, em todos os meses, houve elevação nos preços em relação à semana anterior. 

FONTE: Ceema/Agrolink
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