O
protecionismo verde, que consiste na criação de barreiras comerciais para
proteção ao meio ambiente, é uma das maiores preocupações dos agricultores
brasileiros, de acordo com pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham,
na sigla em inglês). O levantamento mostra que 67% dos entrevistados temem que
os países criem taxas que dificultem a
importação de commodities agrícolas brasileiras.
A pesquisa
ouviu 84 altos gestores de empresas do setor, entre os dias 16 e 31 de julho.
Durante a Rio+20, representantes de países em desenvolvimento contestaram a
ideia de países desenvolvidos de taxar commodities cuja produção não segue as
recomendações de preservação do meio ambiente.
A pesquisa
"Panorama do Setor de Agronegócios no Brasil e no Mundo", da Amcham,
mostra ainda que os empresários brasileiros estão interessados em expandir suas
exportações de produtos agrícolas para a África e países da América Latina.
Depois dos Estados Unidos, citado por 40% dos entrevistados, o principal alvo
dos exportadores é a Argentina, apontada como prioridade por 35%. Entre os
países da América Latina, aparecem ainda Chile (22%), Colômbia (17%) e
Venezuela (11%). A África foi citada por 25% dos empresários e a China, um dos
principais importadores das commodities brasileiras, por 33%.
Os empresários
elegeram ainda os maiores empecilhos que causam impacto negativo no agronegócio
brasileiro, a saber: infraestrutura e
logística defasadas; sistema tributário burocrático; falta de acordos internacionais;
e legislação trabalhista pouco flexível. Em contrapartida, os exportadores
citaram o transporte rodoferroviário como a melhor relação custo-benefício para
o setor.
Apesar dos
problemas, que, segundo a pesquisa, aumentam o custo do Brasil e dificultam as
exportações, 49% dos empresários ouvidos acreditam que as linhas de
financiamento oferecidas pelo governo são satisfatórias. Outros 24% afirmaram
que não precisaram recorrer às linhas governamentais, enquanto 19% dizem que,
além de insuficientes, as linhas não atendem às necessidades do setor e 7%
afirmam ter dificuldade de acesso.
Os empresários
também se mostram otimistas em relação ao crescimento do setor nos próximos
anos. Sobre a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que aponta que a oferta mundial de alimentos precisa crescer em 20% até
2020, e que o Brasil deve responder por 40% desse crescimento, 80% acreditam
que conseguirão atingir ou superar a meta.
FONTE: Agência do Estado