Vanessa
Barbosa
O estudo
realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em
colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas
adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as
previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
Importante
commoditie agrícola, o arábica responde, atualmente, por cerca de 70% da
produção e consumo mundial de café. Sozinho, o Brasil produziu 36,82 milhões de
sacas de arábica em 2011, que representam 76% da safra de café nacional no
período.
Segundo os
cientistas, os produtores de café comercial ainda seriam capazes de cultivar os
grãos em lavouras projetadas que reproduzam as condições de clima ideal. Na
natureza, as melhores regiões para cultivo do arábica têm altitudes acima de
800m e temperaturas entre 19 e 21
°C .
São justamente
essas regiões que poderão sofrer com as mudanças climáticas. Pior, ao deixar de
ser produzido em seu hábitat natural, a espécie perde sua capacidade de
diversificação, de onde poderiam surgir variedades mais resistentes ao calor,
ficando sujeita à extinção.
Alimentos na mira do clima
O efeito do
aquecimento global e das mudanças climáticas sobre a agricultura preocupa e tem
chamado a atenção dos cientistas. Um estudo das Nações Unidas feito pelo Grupo
Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês)
mostra como a elevação das temperaturas e as mudanças climáticas poderão afetar
a produção das principais commodities agrícolas no mundo.
Para se ter
uma ideia, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho – as três
commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das
calorias consumidas por um ser humano – pode ser prejudicada.
FONTE: Revista Exame