Mais de 30
cafeicultores da região de Caratinga (MG) estão no rol dos produtores rurais
mineiros que tiveram suas propriedades certificadas por desenvolverem boas
práticas de produção, gestão moderna e preservação ambiental. A certificação
faz parte do programa Certifica Minas Café do governo do Estado e atesta o
manejo sustentável das lavouras e a qualidade do café, tornando os produtores
mais competitivos no mercado.
Implantado em
2008, o Certifica Minas Café busca estimular os cafeicultores a desenvolverem
uma atividade produtiva organizada e que leva em consideração o meio ambiente.
Atualmente, o cafeicultor tem de cumprir 110 itens para conseguir a
certificação de sua propriedade. Destes, 34 referem-se a ações de preservação
ambiental e 23 são especificamente sobre a produção e a conservação dos
recursos hídricos.
Executado pela
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e pelo Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA), o Certifica Minas Café atende em torno de 2,3
mil cafeicultores, em 214 municípios do Estado.
Segundo o
extensionista da Emater em Caratinga, Geraldo Regis, o produtor rural inscrito
no programa recebe orientações para gestão das lavouras, análise de solo,
adubação, controle de gastos, aplicação de agrotóxicos, proteção dos recursos
naturais, além do treinamento dos funcionários da fazenda. Depois, as
propriedades passam por auditorias feitas pelo IMA e por uma certificadora de
reconhecimento internacional.
Exemplos de boas práticas
A propriedade
de Paulo Cesar Fernandes, em Caratinga, é um exemplo de boas práticas de
produção e preservação ambiental. Inscrito há dois anos no Certifica Minas
Café, ele conta que aprendeu táticas mais eficientes para a renovação da
lavoura velha, formas de aplicação de inseticidas e herbicidas, como controlar
os gastos e proteger as seis nascentes da fazenda.
Paulo Cesar,
que tem a propriedade certificada, é um dos poucos produtores da região que
possuem lavoura mecanizada. Segundo ele, a mecanização era desordenada.
– Fui
orientado sobre como conduzir e regular a máquina sem o desperdiço de adubos –
revela. De acordo com o cafeicultor, essas medidas tiveram impacto na produção
do café, que cresceu 15% ao ano.
Marcelo
Carneiro é outro produtor certificado pelo Certifica Minas Café. Ele está no
programa desde 2009 e, nesse período, um dos principais ganhos foi a
organização da propriedade, localizada no município de Entre Folhas.
Depois de
aprender a lidar com as ferramentas de gestão disponibilizadas pelo programa, o
produtor passou a controlar todo o processo de produção do café. Com as
planilhas, ele consegue, por exemplo, rastrear um lote de café vendido,
verificar de qual quadra saiu, qual a forma de secagem e qual o produto
aplicado ali.
– A vantagem
disso é que a gente tem o controle do terreno, descobre os gargalos e consegue
medir o custo benefício – salienta Carneiro.
Além do
produtor, os empregados da fazenda também receberam orientações sobre
organização, incluindo o acondicionamento do lixo. Entre os resultados da nova
gestão da propriedade estão o aumento da produção em 50% e o destaque no
concurso regional de Qualidade do Café de 2012, com a conquista do segundo
lugar na categoria cereja descascada.
FONTE: Governo do Estado de Minas Gerais