ABELHAS VOLTAM E PRODUÇÃO DE MEL COMEÇA A SE RECUPERAR

        Os apicultores mineiros começam a recuperar a produção, depois de terem perdido até metade das abelhas no ano passado. Enxames inteiros morriam na porta da colmeia, e outros simplesmente sumiam, deixando a colmeia vazia, num fenômeno ainda sem uma explicação unanimemente aceita, mas que tem acontecido em várias partes do mundo.
        Elder Pimenta, que tinha 320 colmeias em Entre Rios de Minas, perdeu 150 delas. “Arrendo áreas de mata de fazendeiros e mantenho 20 colmeias em cada uma. Encontrei caixas cheias de mel com as abelhas mortas no chão”, conta. Com essa perda, Elder Pimenta, que produz média de 30 quilos por safra, chegando a até quatro safras por ano, produziu apenas uma safra no primeiro semestre de 2013, perdendo todo o segundo semestre. Ele atribui a recuperação ele a uma “reviravolta da natureza” e à intensificação dos cuidados com as colmeias. “Neste segundo semestre devo alcançar uma safra”.
        Em Barbacena, o apicultor João Evangelista Nogueira, que tinha 460 colmeias, perdeu 106 em 2013. “Recuperei quase 80%. No ano passado não produzi nada. E neste ano já retirei 3,5 toneladas. Espero até o final do ano dobrar esse volume”, destaca o produtor. Ambos acreditam que as abelhas devem ter morrido por causa do contato com agrotóxicos.

Envenenadas

       O especialista em apicultura e professor aposentado da Universidade Federal de Viçosa Hélio Silva explica que os agrotóxicos são realmente os responsáveis pela morte e até extinção das abelhas em alguns lugares do mundo. “Nos Estados Unidos, há perdas de até 50% em alguns Estados. Na Europa e na China, há regiões em que não há mais abelhas. No Brasil, lavouras e pomares com agrotóxicos também já fazem grandes perdas, embora pontuais”, diz Silva. O Brasil ainda tem uma média de perdas dentro do esperado na natureza, de até 30%.

FONTE: FAEMG
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