PRODUTORES DE FEIJÃO COMEMORAM BOM MOMENTO DO GRÃO NO MERCADO INTERNO



Raphael Salomão
Araçoiaba da Serra (SP)

A queda na safra de feijão elevou os preços do grão e quem apostou na cultura comemora. Especialistas acreditam que o valor da saca deve se manter acima de R$ 200,00 pelo menos até o fim do ano.
            A máquina passa colhendo o feijão que o produtor Paulo da Silva cultiva há cerca de 30 anos. Na área de que é arrendatário em Araçoiaba da Serra, no interior paulista, ele plantou 25 hectares das variedades rosinha e carioca. A expectativa é colher 25 sacas por hectare, sendo que a saca do carioca é vendida por R$ 220,00  e a do rosinha, por até R$ 270,00, preços que ele considera excelentes.
            – Dá uma boa renda para o produtor, tá faltando feijão no mercado. Goiás teve problema de mosca branca, São Paulo também deu mosca branca. A produção é baixa mesmo e, por causa da seca, quem plantou feijão mais tardio caiu a produção também – explica Silva.
            Do lado do produtor, a expectativa é positiva para os preços. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tanto a área quanto a produção devem cair na safra 2012/2013. Assim, os preços mais altos devem se manter, segundo especialistas.
            Somadas as três safras que o Brasil colhe por temporada, a área plantada deve ter queda de 9,5% e a produção pode ser reduzida em até 2,1%. Além da ocorrência de mosca branca em regiões produtoras, a migração para culturas como milho e soja está entre os motivos apontados para a diminuição. Paulo da Silva não está entre os que reduziram a área com feijão, mas ele também não aumentou. Vendo a situação atual, reconhece que devia ter plantado mais.
            – Valeu a pena. Se tivesse apostado mais, seria melhor ainda. Enquanto esqueceram o feijão, aí o preço bom e positivo para o produtor – analisa o produtor.
            Não é só que planta que está ganhando com os bons preços do feijão. O cerealista José Carlos Teodoro Mocinho compra do produtor e fornece para estabelecimentos como supermercados. Ele acredita que os preços devem ficar altos até o fim do ano.
            – Vai ter menos, vai continuar menos no mercado. Não está muito fácil de comprar porque a escassez no mercado dá mais problema pra compra – explica Mocinho.
            Na revenda, porém, o cerealista tem conseguido repassar o preço mais alto. O feijão carioca, por exemplo, que ele compra por R$ 220,00 a saca, tem vendido por valores que vão de R$ 250,00 a R$ 260,00.
            – É essa a base. Feijão não é um preço bem fixo porque tanto baixa quanto sobe, mas tem a margem de lucro sim, tá tendo margem para trabalhar – confirma o cerealista.

FONTE: Canal Rural
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