Tendo em vista
que um diagnóstico rápido e confiável de um caso de dengue é essencial para
orientar o tratamento de um paciente, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) estão desenvolvendo
um kit que permite diagnosticar a dengue de forma imediata, com baixo custo e
alta precisão. A equipe liderada pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular
e Estrutural, Sérgio Oliveira de Paula, desenvolveu um teste com antígeno
obtido por meio da expressão de proteínas em leveduras. O teste
consiste numa tira impregnada com antígeno, que em contato com o sangue do
paciente, reage indicando na hora a ocorrência ou não da dengue.
O diagnóstico
utiliza o método de imunocromatografia e segue o mesmo princípio do teste de
gravidez, onde a alteração da cor da tira indica o resultado. O professor
Sérgio explica que o teste é bem simples mesmo: “só pegar o soro do paciente,
colocar essa tirinha e ver se deu positivo ou negativo. O teste pode ser feito
por qualquer pessoa, em qualquer lugar, não precisa ser num ambulatório ou ter
um especialista para saber o resultado”. O pesquisador destaca que essa
resposta rápida ao paciente é necessária devido ao risco da dengue hemorrágica,
uma forma mais grave da doença, que se não for tratada rapidamente pode levar à
morte. De acordo com o professor Sérgio, a produção dos testes tem um baixo
custo, permitindo a realização do diagnóstico em larga escala em todo o Brasil, inclusive, em regiões mais afastadas
dos grandes centros.
Hoje, no país,
os antígenos usados para diagnóstico da dengue são obtidos a partir do cérebro
de camundongos, “um processo caro e laborioso” – explica o pesquisador. O
diagnóstico é feito pelo teste sorológico MAC-ELISA, coletado após o sexto dia
do início dos sintomas. É necessário aguardar esse período para realizar o
exame porque é o tempo que o organismo leva para produzir o anticorpo, que é a
molécula que vai permitir detectar se o indivíduo está ou não com dengue.
Vacina de
subunidade tetravalente
A dengue é
transmitida através da picada de mosquitos do gênero Aedes e a principal medida
de controle da doença é o combate a esse vetor. Contudo, com a chuva, o número de vetores aumenta e,
consequentemente, o número de casos também. Pensando no efetivo controle da
doença, a equipe do professor Sérgio vem se dedicando à produção de uma vacina
tetravalente contra os vírus dengue. A vacina gera uma proteína recombinante
(com sequência dos quatro sorotipos do dengue). Além da proteção da proteína, a
vacina contém adjuvantes genéticos, que são substâncias que potencializam o
sistema imune, ajudando a melhorar a
resposta da pessoa.
FONTE: Elaine Nascimento – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
da Universidade Federal de Viçosa