O relatório do
Banco Mundial, Diminuir o calor III: Enfrentando o novo padrão climático,
divulgado na última semana em Washington (EUA), aponta que a América Latina e o
Caribe serão gravemente afetados pelos efeitos das mudanças climáticas.
Segundo o documento,
o Brasil pode apresentar redução de 70% na produtividade da soja e de até 60%
no caso do trigo – tendo em vista a perspectiva de aumento de 2°C na temperatura até 2050.
Os extremos de
calor e as alterações nos padrões de precipitação vão provocar efeitos adversos
na produtividade agrícola, nos regimes hidrológicos e na biodiversidade. Caso
haja elevação térmica de 4°C
nesse mesmo período, as enchentes costeiras poderão causar perdas em torno de
US$ 22 bilhões, por conta dos danos à infraestrutura e das perdas relacionadas
ao turismo na região.
De acordo com
o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar, os governos
locais já estão estabelecendo políticas de redução destes impactos, como o
incentivo ao uso de energia renovável – que contribui na redução das emissões
de carbono na atmosfera – e à agricultura inteligente – essencial para garantir
a segurança alimentar e promover o potencial da região como celeiro global.
O relatório
regional analisa os impactos do aquecimento atual de 0,8°C e dos possíveis
aumentos futuros de 2°C
e 4°C
acima dos níveis pré-industriais sobre a produção agrícola, os recursos
hídricos, os serviços dos ecossistemas e a vulnerabilidade costeira em toda a
América Latina e o Caribe. O documento baseia-se no relatório global de 2012
elaborado pelo Banco, que concluiu que, se não tomarmos imediatamente nenhuma
medida concertada, o mundo poderá sofrer uma elevação de temperatura de 4 graus
Celsius, acima dos níveis pré-industriais no final deste século.
FONTE: Canal Rural