Até o fim do ano
o governo deve publicar algumas regras sobre fertilizantes. Parte do texto foi
divulgado no Diário Oficial da União e já é alvo de críticas no setor. Em Mato
Grosso, maior consumidor desses insumos do país, as flexibilizações propostas
para os comerciantes e produtores de insumos preocupam os produtores do Estado,
que cobram maior participação de agentes do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) na fiscalização.
O empresário
Sérgio Norton de Oliveira recebe e mistura fertilizantes para um grupo de
produtores de Campo Verde, no sul do Estado. Regularmente, o Ministério da
Agricultura realiza vistorias no local, e também exige melhorias, como a
concretagem do piso para armazenagem dos produtos. Tudo cobrado com muito
rigor, explica o proprietário.
Hoje, quem vende
matéria prima com percentual abaixo do descrito tem o registro cancelado. Com
as novas regras as empresas vão ter que preencher um termo de ajuste de
conduta.
Quando se fala
em fiscalização, os produtores entendem que deve haver maior investimento em
fiscais, principalmente nos portos. Cerca de 90% do potássio vem do exterior.
A Cooperativa
dos Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibra) compra insumos da fórmula
N-P-K. Para esta safra são mais de 70 mil toneladas para atender cerca de 200
cooperados. Para o gestor de insumos da cooperativa, Luis Alberto Aguillera, é
justamente no desembarque que deveria haver uma presença mais efetiva do
Ministério.
Para evitar
golpes, ele também recomenda a compra de fontes confiáveis. Aguillera diz que é
preciso desconfiar em caso de preços muito abaixo do mercado, além é claro de
recolher uma amostra para análise.
Mato Grosso é o
maior consumidor de fertilizantes do país, com cerca de 20% de tudo que foi
comercializado no primeiro semestre desse ano. Foram 2.821 toneladas do insumo.
Por outro lado, o Estado acaba pagando por produtos de baixa qualidade. Só no
ano passado, a Aprosoja aponta que 43% de adubos estavam fora do padrão.
Para a Federação
da Agricultura de Mato Grosso (Famato) a entrega desses insumos tem causado
problemas na época do plantio. A Famato alerta que os casos de fraudes devem
ser resolvidos na delegacia.
FONTE:
Canal Rural