CERCA DE 70% DOS ALIMENTOS CONSUMIDOS NO BRASIL VEM DA AGRICULTURA FAMILIAR

CÓDIGO FLORESTAL: ENTENDA O HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA


Os últimos quatro anos foram de intensos debates no governo e no Congresso sobre mudanças na legislação ambiental brasileira. Desde maio, o Brasil conta com um novo Código Florestal (Lei 12.651/12), que, na prática, só começou a valer mesmo em outubro, quando entraram em vigor novas alterações, aprovadas por medida provisória. O motivo principal de todo o debate foi a necessidade de encontrar uma solução para mais de quatro milhões de propriedades no Brasil que, segundo o Ministério da Agricultura, têm alguma pendência ambiental.
A legislação florestal não é nova. O primeiro código a tratar do tema no país é de 1934, quando o então presidente Getúlio Vargas editou um decreto criando limites para ocupação do solo e uso dos recursos naturais. Entre outras regras, o decreto estabeleceu que reservas florestais deveriam ser mantidas em, pelo menos, 25% de cada propriedade.
Em 1965, o ex-presidente Castello Branco sancionou o Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65), que, apesar de algumas mudanças pontuais em anos seguintes, serviu de base para o setor até pouco tempo atrás, quando veio então o novo código.
A lei de 1965, com suas alterações, definiu os percentuais de Reserva Legal e localização das Áreas de Preservação Permanente (APPs), limitando o uso que o produtor poderia fazer da terra. Em sua última versão, o antigo código previa áreas de Reserva Legal ocupando entre 20% e 80% das propriedades, conforme a região. Às margens de rios, as matas deveriam ser preservadas em faixas de 30 a 500 metros, de acordo com a largura do curso d'água.

Regras mais flexíveis

O novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 2012, flexibilizou as regras para recomposição de Reserva Legal e APPs, especialmente para os pequenos produtores. O texto recebeu muitas críticas de ambientalistas. Porém, para o governo, a maioria do Congresso e o setor produtivo, as novas regras são mais realistas, já que, desde 1965, apenas 20% dos agricultores conseguiram cumprir o previsto na lei anterior.
Considerado o primeiro ministro do Meio Ambiente do país e um dos pioneiros na defesa de nossos recursos naturais, Paulo Nogueira Neto acompanhou de perto as mudanças na nossa legislação florestal ao longo dos anos. Entre 1974 e 1986, ele ocupou a Secretaria Especial de Meio Ambiente, que gerenciava os temas ambientais no governo federal antes de haver um ministério específico para a área.
Para Nogueira Neto, um dos principais erros na condução do antigo código foi permitir a falta de aplicação da lei por tantas décadas.
– Essa foi a maior falha porque, se o código não estava sendo aplicado direito, já deveria ter sido revisto há muito tempo – defende.
Em sua avaliação, a lei anterior tinha alguns absurdos.
– Por exemplo, a Reserva Legal era 20% e, além dessa reserva, o fazendeiro tinha que preservar também as APPs, como encostas dos morros. Agora é uma coisa só. Reserva Legal pode ter e deve ter Áreas de Preservação Permanente, onde não se faz agricultura – conclui.

Impactos

A ambientalista e primeira ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva, lembra que a preservação das florestas tem impactos até no índice pluviométrico.
– No caso do Brasil, a maior parte das chuvas que nós temos é produzida graças às nossas florestas, sobretudo a Amazônica. A destruição das florestas significa um risco grande para o equilíbrio de chuvas no nosso Brasil – afirma.
Além das chuvas, a preservação das florestas também tem consequências para a biodiversidade. Ministro do Meio Ambiente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o hoje deputado Sarney Filho (PV-MA) lembra que a manutenção de vegetação nativa nas propriedades rurais, mesmo com os problemas de descumprimento do antigo código, contribuiu para a conservação de nossos biomas, inclusive dos mais frágeis.
– As matas ciliares hoje servem também como corredores ecológicos. Eles possibilitam que os maciços florestais, que são poucos, tenham ligações e possa haver trocas genéticas, tanto da fauna quanto da flora – diz Sarney Filho.
O novo Código Florestal trouxe aos agricultores uma chance para regularizarem o passivo ambiental acumulado em décadas de descumprimento da antiga lei. Tanto ambientalistas como representantes do agronegócio reivindicam voz ativa no processo de regulamentação dos detalhes do código, em construção pelo governo. O movimento é para que, desta vez, a legislação seja regra de fato. O futuro vai dizer se produção e conservação conseguiram se equilibrar.

FONTE: Agência Câmara

ÁREAS DE PLANALTO DO PANTANAL SOFREM MAIS DEVASTAÇÃO QUE PLANÍCIES, APONTA ESTUDO


Mais de 86% das áreas naturais de planícies do Pantanal estão conservadas. Apesar do alto índice de preservação, as ameaças ambientais que rondam a porção brasileira da Bacia do Alto Paraguai não cessaram.
O alerta é de um grupo de organizações não governamentais que atuam na região. De acordo com elas, a preocupação é com os níveis de conservação na parte alta da região. Nas áreas de planalto, onde está a maior parte das nascentes que abastecem o Pantanal, apenas 40,7% da vegetação natural foram mantidos.
A segunda edição do estudo Monitoramento das Alterações da Cobertura Vegetal e Uso do Solo na Bacia do Alto Paraguai (BAP), divulgado terça, dia 20, em Campo Grande (MS), destaca que a expansão das atividades agropecuárias e de obras de infraestrutura na região precisam ser monitoradas.
– Enquanto a parte baixa ainda está bastante preservada, a parte alta do Pantanal apresenta uma devastação grande. Esta relação é importante porque tudo o que acontece na parte alta vai ter impacto na planície – disse Michael Becker, superintendente de conservação do WWF-Brasil.
O levantamento aponta que, entre os anos 2008 e 2010, cerca de 0,8% da vegetação nativa nas áreas de planície foi ocupada por atividades humanas. No planalto, a ocupação ocorreu em 1,56% da área. Na primeira avaliação sobre a região, os pesquisadores apontaram que, entre 2002 e 2008, o planalto perdeu 4% da vegetação natural e as áreas nativas de planície foram reduzidas em 2,4%.
– Os dados não apresentam variações grandes, mas estamos falando de uma área de planalto que foi convertida em pastagem de 140 mil hectares, ou seja, 140 mil campos de futebol. Não é a intenção deste estudo atacar o setor produtivo, mas temos que ter uma atenção especial – disse.
Becker ainda destacou que obras como barragens na região, que é caracterizada pelas inundações constantes, podem significar assoreamento de rios e redução no volume de pescados. Para o pesquisador, os dados devem ser considerados na definição e aplicação de políticas locais. O estudo destaca, por exemplo, que a legislação ambiental deve ser cumprida e adaptada ao Pantanal.
– O Pantanal tem características específicas de pastagens naturais e obedece um ritmo de inundações que é uma das características peculiares da região. Temos que ter outras regras diferentes das aplicadas aos outros rios do país – defendeu Becker.
O monitoramento da Bacia do Alto Paraguai tem sido feito a cada dois anos pelas organizações não governamentais. As análises são feitas apenas na parte brasileira da bacia, que representa 60% da área transfronteiriça. Com área de quase 620 mil quilômetros quadrados, a bacia ainda ocupa parte da Bolívia e do Paraguai.

FONTE: Agência Brasil

PEQUENOS PRODUTORES TERÃO MAIOR ACESSO À HABILITAÇÃO SANITÁRIA EM MINAS GERAIS


O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) passou a regulamentar critérios específicos para a habilitação sanitária das agroindústrias mineiras de pequeno porte. O processo deve ser feito com a simplificação de normas técnicas e procedimentos para habilitação desses estabelecimentos, em comparação com as normas já existentes, que atendem principalmente a realidade de grandes produtores.
A partir de agora, os agricultores familiares interessados em regularizar sua agroindústria e que possuem a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) poderão obter a habilitação sanitária por meio da assinatura de um Termo de Compromisso que dá um prazo de até dois anos para a realização de adequações. O mais importante é o cumprimento das normas previstas, como higiene antes, durante e após a realização das atividades, utilizando produtos aprovados pela autoridade sanitária competente e a aplicação de boas práticas de fabricação.
O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, explica que o foco para a habilitação está na qualidade dos produtos, por meio da aplicação das boas práticas de fabricação, além da adequação nas instalações e nos equipamentos.
– O objetivo é incentivar a habilitação sanitária voltada para o pequeno produtor, com o desenvolvimento da segurança alimentar e nutricional – completa.
Os produtos aptos à habilitação sanitária são o leite, carne, mel, ovos, pescados e seus derivados. A adesão é voluntária e, além de garantir a formalidade para os agricultores em todo o Estado, agrega valor e é ponto de partida para a certificação dos produtos agropecuários.

Habilitação

O interessado em habilitar seu estabelecimento deve procurar o escritório do IMA mais próximo e solicitar uma visita técnica à propriedade. Após a visita é feito o cadastro e a assinatura do Termo de Compromisso contendo as adaptações necessárias.
Sendo assim, o cadastro é o primeiro passo para a habilitação da agroindústria familiar e por meio dele o produtor já está apto a comercializar seus produtos em todo o território mineiro. Para conhecer todas as normas exigidas para habilitação sanitária, basta acessar o site do IMA.

FONTE: Rural BR e Agência Minas

BAIXO TEOR DE MANGANÊS E DE OUTROS NUTRIENTES NA SOJA NÃO CARACTERIZA DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL


Apesar de não estar completamente compreendida a relação glifosato x nutrição de plantas, verifica-se a campo que existem cultivares de soja RR que são mais sensíveis ao herbicida e desenvolvem um sintoma, que a princípio, lembra a deficiência de manganês (Mn). O balanço nutricional da soja RR difere da soja convencional, mas o menor teor de Mn e de outros nutrientes não caracterizam a deficiência nutricional.
A princípio, considerando a interação química, a aplicação conjunta de glifosato e manganês é desaconselhada pelo alto poder complexante do glifosato, possibilitando a precipitação na forma salina de glifosato ligado ao manganês, ou mesmo outros cátions presentes no fertilizante utilizado. Mesmo aquelas fontes tidas com quelatizadas apresentam frações do manganês iônico e isto leva à complexação e redução da eficiência de ação do glifosato.
Os sintomas presentes em cultivares sensíveis se recuperam naturalmente ao longo de 1 a 2 semanas, sem necessidade de aplicação de produtos foliares. Contudo, em solos mais arenosos e com menor poder tampão, em função do menor teor de manganês no solo, os sintomas podem perdurar por mais tempo

FONTE: Rural BR

ENTREGA DE FERTILIZANTES DEVE CHEGAR A 30 MILHÕES DE TONELADAS NESTE ANO


A entrega de fertilizantes no Brasil para atender a demanda da safra 12/13 foi de 21,22 milhões de toneladas nos nove primeiros meses deste ano. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume representa um crescimento de 3,95% em relação ao total comercializado no mesmo período do ano passado, quando as vendas de fertilizantes chegaram a 20,93 milhões de toneladas.
Segundo cálculos da Conab, as entregas totais deste ano alcançarão o volume historicamente jamais registrado, podendo chegar a 30,20 milhões de toneladas, ou 6,2% superior aos 28,33 milhões de toneladas entregues em 2011, maior volume entregue até então.
As informações, que fazem parte do segundo Levantamento da Safra Brasileira divulgada em novembro, mostram ainda que no mês de setembro/2012, as entregas de fertilizantes ao consumidor final totalizaram 3,43 milhões de toneladas, ou seja, elas foram 0,6% inferior aos 3,45 milhões de toneladas registradas em agosto. Comparativamente a julho, cujas vendas foram de 2,61 milhões de toneladas, a entrega de fertilizantes cresceu 23,9%.

FONTE: Agrodebate

PREÇOS DO CAFÉ ARÁBICA BRASILEIRO PODEM CAIR MAIS NO ANO QUE VEM, DIZ BANCO MACQUAIRE


Os preços do café arábica devem cair mais em 2013 devido à previsão de colheita ampla no Brasil, mesmo no ciclo de menor produção, informou o banco Macquaire em relatório divulgado na terça, dia 20.
A abundância de café no mercado global pesou sobre as cotações nas últimas semanas, e, segundo o banco, há muitas razões para acreditar que a perspectiva negativa possa se estender até o ano que vem.
Maior investimento em novas mudas, expansão de área, podas, administração cuidadosa e aplicação de fertilizantes nos últimos três anos estão alimentando expectativas de uma safra grande de café brasileiro. Assim, de acordo com a instituição, os futuros podem voltar para seu intervalo histórico de negociação entre 130 cents e 150 cents por libra-peso.
O maior banco de investimento da Austrália disse que, originalmente, previa que os preços do arábica se recuperariam um pouco no início do próximo ano, pois o mercado estava preparado para um ciclo de baixa produção no Brasil em 2013. Porém, a situação mudou e, ao mesmo tempo, grande parte da demanda foi perdida para a variedade robusta.
O Macquarie lembrou ainda que as torrefadoras de café mantiveram suas margens durante o período de enfraquecimento da economia em mercados maduros reduzindo o volume de variedade arábica e aumentando o de robusta, mais barato, em seus blends. O banco informou que a demanda por arábica subiu menos de 400 milhões de sacas em 2011/2012, bem abaixo do normal. A instituição, no entanto, não prevê necessariamente que haverá redução de procura pelo arábica devido ao prêmio menor para essa variedade.
O mercado também avalia como sinais baixistas o pequeno volume de vendas da safra 2012/2013 e a consequente ameaça de vendas maiores do Brasil no futuro. Mais de 60% do produto brasileiro recém-colhido ainda não foi vendido, acrescentou o banco, pois a maior parte dos cafeicultores aguardam preços melhores.
Segundo a instituição, as cooperativas de produtores brasileiros não veem problemas em estocar seu café e vender depois, pois a capacidade de armazenamento e financiamento ainda não representam um problema. Ao mesmo tempo, o real ainda não está tão desfavorável neste período do ano, então os produtores estão relativamente bem em termos financeiros. As informações são da Dow Jones.

FONTE: Estadão Conteúdo

GOVERNO FEDERAL INSTITUI COMISSÃO DE AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA


O governo federal instalou nesta terça, dia 20, a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo) que construirá o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Em agosto, o governo havia constituído a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo).
O secretário executivo da comissão será  Selvino Heck. Integram o grupo 14 representantes de órgãos e entidades do Executivo Federal, entre os quais o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Outros 14 representantes serão indicados por entidades da sociedade civil. O ministro Mendes Ribeiro Filho e o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Caio Rocha, participaram do evento no Palácio do Planalto. À comissão caberá promover a participação da sociedade na elaboração e no acompanhamento da Pnapo.
Mendes Ribeiro destacou a necessidade de elaboração de um plano nacional específico para o desenvolvimento da agricultura orgânica, de forma a possibilitar o uso mais racional dos recursos públicos aplicados para o setor. Disse que o Ministério da Agricultura tem papel importante na implementação de mecanismos de controle para garantir a qualidade dos produtos orgânicos e por uma série de iniciativas e projetos que visam a promover a produção desse tipo de alimento no Brasil.

FONTE: Rural BR – Com informações do Ministério da Agricultura

PRODUTOR OU CONSUMIDOR?


André Meloni Nassar
Diretor do ICONE Brasil

O governo Dilma Rousseff tem sido acusado de protecionista. Medidas indicam que é difícil contestar essa acusação, sobretudo por conta das exigências de conteúdo nacional impostas a alguns setores, do aumento de impostos incidentes sobre alguns produtos importados, sem equivalente aumento para os concorrentes domésticos, e de elevações explícitas nas alíquotas de importação.
Outras medidas também ligadas a comércio exterior, tais como o uso mais recorrente de instrumentos de defesa comercial, medidas antidumping e reduções de custos tributários nas exportações, não justificam o protecionismo brasileiro. Todas são práticas utilizadas em comércio internacional e são justificadas no arcabouço legal da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Exigências de conteúdo nacional, imposição de peso tributário menos favorável sobre o produto importado e aumento de tarifas de importação são, por sua vez, exemplos de livro-texto de comércio internacional. Ou seja, são antigas - e fora de moda - práticas de proteção explícita dos produtores locais. Mesmo diante de um argumento puramente legalista de que tais práticas podem estar de acordo com as regras da OMC, a eficiência econômica dessas práticas é, no mínimo, discutível, para não dizer inexistente.
Assim, mais que reclamar que o governo é protecionista, o que me parece estar faltando é uma discussão mais aprofundada das chances de essas medidas gerarem os resultados esperados pelo governo, assumindo que elas não são apenas fruto de lobby e da busca pelas rendas exclusivas dos setores beneficiados.
Não tenho informações privilegiadas sobre as motivações do governo federal para adotar tais medidas, mas posso fazer algumas inferências. Uma primeira justificativa seria culpar o inimigo externo. Como o mundo desenvolvido está em crise e grande parte da produção industrial do mundo cresceu ou foi transferida para os países asiáticos, sobretudo para a China, essa justificativa se baseia na premissa de que existe um excesso de oferta de produtos industriais no mundo, o que forçou os preços para baixo, numa velocidade muito maior do que o ganho de produtividade e escala na indústria brasileira. Sendo isso verdade, setores da indústria nacional precisariam de proteção para poderem se ajustar à nova realidade de preços relativos.
É um sedutor argumento, mas não se sustenta diante das medidas adotadas. O Brasil é um país pequeno no comércio internacional, ou seja, importando muito ou pouco, não mexemos nos preços internacionais. Se não há perspectiva para os preços internacionais voltarem a subir, impedir a competição significa postergar o processo de ajuste - que vai ocorrer de qualquer forma - da indústria local.
Uma segunda justificativa recairia sobre o custo Brasil. Como as empresas localizadas no País enfrentam custos mais altos do que os grandes exportadores de produtos industriais, sobretudo o tributário, seria necessário utilizar as chamadas medidas de fronteira para equalizar a competição. Não há dúvida de que o custo Brasil retira competitividade das empresas, mas não houve nenhum aumento significativo dele para justificar as três medidas tomadas recentemente.
A terceira razão que poderia ser evocada está relacionada com argumento que farei no final deste artigo. Quando estávamos no auge das negociações com a União Europeia, em 2004, foi desenvolvido no Brasil um conceito amplamente utilizado para justificar menos abertura do mercado brasileiro: a chamada cláusula da indústria nascente. A ideia era que alguns setores industriais brasileiros já eram internacionalizados, mas ainda não tinham escala para competir em pé de igualdade internacional e, por isso, uma proteção temporária seria necessária. Tal justificativa, hoje, também não se aplica, porque o nosso país tem um dos maiores mercados internos do mundo e que se provou capaz de crescer com vigor nos anos recentes. Assim, só não ganhou escala quem não quis investir.
A preocupação com essas medidas, fruto da minha dificuldade em encontrar razões objetivas para sua adoção, ganha nova dimensão quando olhamos o lado exportador brasileiro. Tais medidas, provavelmente, jogam uma pá de cal sobre qualquer esperança de o Brasil tentar se engajar novamente em negociações bilaterais ou regionais de comércio. Qual vai ser a margem de manobra do País para voltar a negociar com o Canadá e a União Europeia, como sinalizou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, caso ambos não aceitem a vigência dessas medidas no comércio bilateral? Parece-me que tais medidas comprovam que o interesse do Brasil nas negociações comerciais é ainda menor do que foi no passado.
            Além disso, negociações comerciais geram ganhos para os setores exportadores. E se os ganhos para esses setores forem maiores do que os ganhos para os setores protegidos? Será que o governo se fez essa pergunta? Em geral, setor exportador é dinâmico e setor protegido cresce pouco. Qual o leitor escolheria?
Uma forma simples de definir sociedades capitalistas é que elas se dividem em dois tipos de agentes: produtores e consumidores. Ambos, obviamente, se confundem, porque aqueles que trabalham na produção são também consumidores. No entanto, do ponto de vista da estrutura do mercado, produtores são poucos e consumidores, muitos. Assim, quando uma política beneficia apenas o produtor, que é o caso das três medidas protecionistas citadas, a eficiência econômica delas está comprometida porque, diante de preços mais altos, parte da renda do consumidor vai para o produtor. Tal transferência ainda faria sentido se houvesse justificativas que garantissem que a eficiência econômica seria atingida em algum momento. Não é isso que enxergo nas medidas adotadas. Para mim, elas são basicamente uma forma de concentrar renda nos setores agraciados, sem nenhuma garantia de que o restante da sociedade também será beneficiado.

FONTE: Instituto de estudos do comércio e negociações internacionais (ICONE)

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

NOVO CÓDIGO FLORESTAL DEVE FACILITAR REGULARIZAÇÃO DO PEQUENO PRODUTOR


Um dos principais argumentos usados para aprovar um novo Código Florestal (Lei 12.651/12) no país foi a situação complicada da maioria dos agricultores brasileiros, principalmente os pequenos. Pelos cálculos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), quase quatro milhões de imóveis rurais familiares estão com alguma problema ambiental, cerca de 90% do total.
Como as pequenas propriedades, de até quatro módulos fiscais, representam 24% das terras agrícolas no Brasil, a aposta do governo e da maioria dos parlamentares é de que uma maior flexibilidade nas regras florestais voltadas a esses produtores não resultará em prejuízos ambientais muito grandes. A estimativa é que, mesmo com as mudanças, mais de 20 milhões de hectares de matas nativas sejam recuperados.
Presidente da comissão especial sobre a medida provisória que alterou recentemente pontos do novo código, o deputado Bohn Gass (PT-RS) avalia que o próprio produtor sabe da necessidade de um equilíbrio entre produção e preservação.
– Todos os agricultores sabem que se não preservarem não terão água nem para sua produção. Então, eles são os maiores interessados – defende.

Exceções

Com 84 artigos, o novo código abre uma série de excepcionalidades para os pequenos agricultores. Pelas novas regras, todo agricultor deve se inscrever no Cadastro Ambiental Rural, em fase de estruturação. Para os agricultores familiares, a inscrição será simplificada e deverá contar com apoio técnico e jurídico do poder público.
O cadastro é o primeiro passo para a adesão aos Programas de Regularização Ambiental, a serem coordenados pelo governo federal e os estados. No cálculo de quanto cada produtor deve em termos florestais, os pequenos serão os maiores beneficiados.
Enquanto imóveis com mais de quatro módulos fiscais devem recuperar áreas de preservação permanente (APPs) desmatadas às margens de rios em índices que variam entre 20 e cem metros, conforme o tamanho do curso d'água, os pequenos devem recompor as matas ciliares em índices que vão de cinco a 15 metros, dependendo da extensão da propriedade e independentemente da largura do rio.
Outra vantagem é que, para os pequenos proprietários com APPs convertidas em atividade agrícola até julho de 2008, está garantida uma trava na porcentagem de recuperação. Quer dizer, para imóveis com área de até dois módulos fiscais, a recomposição das APPs não ultrapassará 10% da propriedade. Em imóveis com área entre dois e quatro módulos fiscais, a recuperação não passará de 20%.

Reserva legal

Além dos problemas com APPs, pequenos produtores também vinham enfrentando dificuldades para cumprir os índices de Reserva Legal, que variam entre 20% e 80% da propriedade, conforme a região.
Pelo novo código, em propriedades de até quatro módulos fiscais, a área de reserva é considerada regularizada se o imóvel possuía algum remanescente de vegetação nativa até julho de 2008, mesmo que em índices inferiores aos exigidos pela lei.
Segundo a Contag, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste concentram os principais passivos ambientais entre as pequenas propriedades. O cálculo coincide com a estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

FONTE: Agência Câmara

CÓDIGO FLORESTAL PREVÊ OBRIGAÇÕES DIFERENTES DE ACORDO COM O TAMANHO DE CADA PROPRIEDADE


A lógica usada na preservação e recuperação de matas nativas no campo brasileiro mudou. Uma das principais novidades do novo Código Florestal é tratar de maneira diferente pequenos, médios e grandes produtores.
Se pelo código anterior, de 1965, as obrigações eram praticamente as mesmas entre os produtores, independentemente do tamanho da propriedade, agora os critérios são outros, principalmente no que diz respeito à recomposição de reserva legal e áreas de preservação permanente – aquelas às margens de rios e nascentes, por exemplo.
O deputado Bohn Gass (PT-RS), presidente da comissão especial sobre a medida provisória que alterou recentemente pontos do novo código, avalia que, apesar dos embates entre ruralistas, ambientalistas e governo, o texto final mantém o foco na justiça social.
– Nos lugares onde não há nenhuma árvore e precisa haver recuperação, o pequeno agricultor vai recompor menos, o médio mais e o maior ainda mais. É como na Justiça Tributária: quem tem muito paga muito e quem tem pouco paga pouco – explica.
O novo código usa o módulo fiscal como critério para definir o tamanho das propriedades. Imóveis de até quatro módulos são considerados pequenos. De quatro a quinze módulos, médios e, acima de quinze, grandes.
O módulo fiscal varia entre cinco e 100 hectares, de acordo com o município. Na Amazônia, por exemplo, ele ocupa, em média, 76 hectares. Na capital paulista, um módulo equivale a cinco hectares.
No Brasil, os médios e grandes agricultores representam cerca de 20% produtores. Por outro lado, as médias e grandes propriedades são responsáveis por 76% da área agrícola do país. É gente como o produtor paulista Marcelo Costa Censoni. A propriedade da família, em Leme, tem 157 alqueires, o equivalente a cerca de 21 módulos fiscais no município. Quando adquiriram a propriedade, há cerca de 14 anos, o registro da reserva legal em cartório não era cobrado. Os irmãos compraram a terra, então, sem os 20% de reserva nativa exigidos pela lei para a região.
Pelos cálculos de Marcelo Censoni, se tivesse que cumprir o Código Florestal anterior, a propriedade perderia de 30% a 35% de área produtiva. Com o novo código, ficou mais fácil. Além de poder considerar as áreas de preservação permanente (APPs) no cálculo da reserva legal, os critérios para recomposição de mata nativa às margens de rios, nascentes e encostas estão mais flexíveis. Os rios passam a ser medidos, por exemplo, a partir do leito regular e não mais a partir do leito maior, o que, na prática, diminui a faixa de mata ciliar protegida.
Otimista com a nova lei, o produtor paulista já começou a recuperar as matas nativas conforme as atuais regras, antes mesmo de o Cadastro Ambiental Rural e o Programa de Regularização Ambiental previstos no código saírem do papel.

FONTE: Agência Câmara

FERTILIZANTES NITROGENADOS REGISTRAM QUEDA NOS PREÇOS EM NOVEMBRO


Os preços dos fertilizantes caíram em novembro, em relação à outubro, segundo pesquisa da Scot Consultoria. A notícia é bom para os pecuaristas que, com a regularidade das chuvas, começa a pensar em reformar ou renovar as pastagens.
No caso dos fertilizantes nitrogenados, a queda foi de 2,8%, em média, considerando os produtos pesquisados pela Scot Consultoria. Em São Paulo, a ureia agrícola está cotada em R$1.236,45 (preço médio) em novembro. O insumo está 2,7% mais barato, em relação ao mesmo período do ano passado.
Em curto prazo, a expectativa é de queda de preços dos fertilizantes. Além da menor demanda por adubos daqui até o final do ano, com grande parte do fertilizante para a safra 2012/2013 comprado, as empresas precisam reduzir os estoques de passagem.

FONTE: Scot Consultoria
CONVOCAÇÃO
Associação do Papeleiros e Amigos do Meio Ambiente APAMA
CNPJMF 04.257.661/0001-58

Convidamos os senhores sócios para a reunião de assembléia geral ordinária, que se realizará no dia 26.11.2012, na sede social, sita à Rua Getulio Vargas, 99, sala 03, na cidade de Bambuí, às 19 horas em primeira convocação, com a presença que represente, no mínimo, 50% dos sócios com direito a voto e em segunda convocação, 1 (uma) hora após, com qualquer número, com a seguinte Ordem do Dia: 

a) deliberar sobre o plano do trabalho para o exercício que se inicia;
b) eleger a diretoria e os membros do conselho fiscal;
c) outros assuntos de interesse geral.

Bambuí, 09 de novembro de 2012.
(a) Ieda Ester de Mendonça Teixeira
Presidente

CENÁRIO DOS TRANSGÊNICOS NO BRASIL

CÓDIGO FLORESTAL: ENTENDA COMO FICA A SITUAÇÃO DE QUEM CUMPRIA A LEI ANTERIOR


Nos últimos anos, com o aperto ao cerco a quem estava em desacordo com a lei, houve dois movimentos entre os proprietários. Alguns procuraram apoio e resolveram se adequar às regras, outros preferiram pressionar o governo e o Congresso e esperar por mudanças no Código Florestal, o que acabou acontecendo.
Paulo Fenato, pequeno agricultor em Apucarana, no Paraná, é o retrato de uma minoria de produtores que, apesar das dificuldades, conseguiu cumprir a antiga legislação florestal.
– Meu lote é de 16 alqueires e foi deixado 20% para matas, 30 metros na beira de rio e, para as minas [nascentes], 50 metros. Eu tive que abandonar 4 mil pés de café. Os pequenos sempre perdem, né? Mas quando chega nos grandes [produtores], ninguém faz nada – desabafada o agricultor.
Se, por um lado, as novas regras facilitam a vida de quem precisa se regularizar; por outro, mantêm praticamente iguais as exigências para quem já cumpria a lei. Quer dizer, as propriedades regularizadas não vão poder desmatar para cumprir índices mais flexíveis. A flexibilidade é apenas para os imóveis com produção consolidada até julho de 2008 em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal.
Para quem está regular, independentemente do tamanho do imóvel, a Reserva Legal continua variando entre 20% e 80%, conforme a região. Às margens de rios, as matas seguem protegidas em um raio entre 30 metros e 500 metros e, na beira de nascentes, num raio de 50 metros.
Para quem precisa se regularizar, dependendo do tamanho do imóvel, a reserva legal pode ser menor e as áreas de preservação permanente às margens de cursos d'água podem variar entre 5 e 100 metros. No caso de nascentes, a recomposição chega a um máximo de 15 metros de mata, também dependendo do tamanho do imóvel.

Injustiça

Na avaliação do advogado Raul do Valle, do Instituto Socioambiental, o novo Código Florestal (Lei 12.651/12) é injusto com quem cumpria a lei anterior.
– Esse é o aspecto mais pernicioso dessa nova lei. Está premiando aqueles que não queriam cumprir a lei anterior e apostaram contra ela – defende.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, entretanto, faz avaliação diferente.
– Se o produtor tem uma APP em beira de rio que seguia os critérios da lei anterior, vai ter que continuar seguindo porque ele não tem área rural consolidada. Em compensação, ele pode ter eventualmente um excesso de área com mata nativa que lhe permitirá ingressar num futuro mercado de Cotas de Reserva Ambiental – afirma.

Cota ambiental

A Cota de Reserva Ambiental (CRA) citada pelo ministro é um dos mecanismos previstos no novo Código Florestal para incentivar índices de preservação superiores aos exigidos pela lei. A cota corresponde, por exemplo, às áreas de Reserva Legal preservadas em percentuais superiores aos previstos em lei ou às regiões protegidas na forma de reservas particulares do patrimônio natural. No caso de pequenas propriedades, de até quatro módulos fiscais, a cota relativa à Reserva Legal poderá ser emitida mesmo que a área não exceda ao mínimo legalmente previsto.
Cada CRA equivale a um hectare de vegetação nativa nessas condições. Para ter direito à cota, o proprietário deverá se inscrever no Cadastro Ambiental Rural, atualmente em fase de estruturação pelo poder público. A cota será emitida mediante comprovação do órgão ambiental ou de entidade credenciada.
Uma vez emitida a CRA, o dono do imóvel poderá negociar a sua transferência, gratuita ou após pagamento. A cota pode ser adquirida, por exemplo, por um proprietário de imóvel localizado no mesmo bioma que queira compensar a reserva legal em outra área que não sua.
Apesar de elogiado, o mercado de cotas ainda tem futuro incerto, segundo o ex-ministro da Agricultura e hoje deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR).
– Essa questão de pagamento por serviços ambientais ou incentivos ainda é uma questão colocada com fragilidade. Não acredito que isso venha a vigorar tão cedo – avalia.
Restrições econômicas também são um incentivo à manutenção de vegetação nativa nas propriedades rurais. Mesmo com a mudança na legislação florestal, governo federal, indústrias e exportadores de cereais assinaram recentemente, por exemplo, a prorrogação da chamada moratória da soja. Em vigor desde 2006, o compromisso é um pacto pela não aquisição de grãos produzidos em áreas amazônicas degradadas de maneira ilegal.

FONTE: Agência Câmara

CÓDIGO FLORESTAL: PLANTIO DE ÁRVORES NATIVAS É ALTERNATIVA PARA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


Com a aprovação do novo Código Florestal, o plantio de árvores nativas se tornou uma alternativa para recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs). Pelas novas regras, metade da área pode ser plantada com espécies brasileiras, incluindo as frutíferas.
            Faz três meses que o produtor rural Carleto Denardi entrou na fase final de recuperação da APP de sua propriedade em Araras, no interior de São Paulo. Na parte da frente, Denardi cultiva 80 pés de abacate e na área dos fundos, que é cortada por um córrego, o produtor começou a investir na recomposição da APP há dois anos.
Metade da área foi cercada para se recuperar naturalmente e a outra recebeu mudas nativas, incluindo algumas frutíferas. De acordo com o produtor, pelo menos 80 mudas foram plantadas até agora. A meta é chegar a 380 novas plantas.
Apesar de ter sido regularizado com base no antigo Código Florestal, o local atende as regras do novo texto. Samanta Pineda, advogada especializada em direito ambiental, lembra que o sistema de recomposição de APPs é diferente daquele exigido nas reservas legais. Para as áreas de preservação permanente, o novo Código autoriza os produtores a recompor metade da área com o plantio de espécies nativas, o que inclui variedades frutíferas.
Na Reserva Legal a lei autoriza ainda o plantio de mudas exóticas, que podem ser usadas para a exploração comercial, como, por exemplo, eucaliptos e pinos.

FONTE: Canal Rural

ENTENDA COMO FUNCIONA A RECOMPOSIÇÃO DE MATAS CILIARES NO NOVO CÓDIGO FLORESTAL


Em vigor desde maio, o novo Código Florestal (Lei 12.651/12) sofreu algumas alterações em outubro a partir de uma medida provisória - (MP 571, convertida na Lei 12.727/12) - enviada ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff.
Nessa nova etapa de discussão, a maioria dos parlamentares decidiu incluir critérios especiais para as médias propriedades na recomposição de matas ciliares em rios de até dez metros de largura, assim como já havia para as pequenas. O governo discordou e vetou a mudança, sob o argumento de que a inclusão dos médios reduziria a proteção mínima originalmente proposta.
Com o veto, propriedades com área entre quatro e dez módulos fiscais devem manter, pelo menos, 20 metros de vegetação às margens desses cursos d'água. Em propriedades maiores ou em rios mais largos, a recomposição deve ser entre 30 e cem metros de mata ciliar.

Regulamentação

Apesar de considerar os critérios do novo código razoáveis, o ex-ministro da Agricultura e hoje deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR) prevê problemas na aplicação da legislação para os médios proprietários.
– Uma propriedade até quatro módulos, pequena, de maneira geral, está com uma legislação muito adequada e bem protegida. Mas uma propriedade ligeiramente acima [deste tamanho] pode perder 30%, 50%, 60% da sua área de produção – diz Stephanes.
Na avaliação de Rodrigo Justus, assessor de Meio Ambiente na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a regulamentação do novo código terá de definir com mais clareza as especificidades de cada tipo de produtor e região, bem como os prazos para conversão de áreas produtivas em mata nativa obrigatória.
Apesar de o produtor ter agora mais chances para se legalizar, Justus acredita que a regularização será um desafio.
– O país não detém toda a tecnologia para fazer as soluções. Para cada situação, você vai ter um incremento de custos. A tarefa de fazer não é simples, mesmo para quem tem dinheiro – avalia Justus.
Para o advogado Raul do Valle, do Instituto Socioambiental, esse é o momento de o governo corrigir erros e lacunas na nova lei.
– A gente tem dois níveis de regulamentação: um jurídico, de definições do que pode e do que não pode; e os atos infralegais, que são um pacote de apoio à regularização. Se eles não tiverem nem a parte de proteção antiga e nem uma parte de incentivo, que a antiga não tinha, a gente tem o pior dos mundos. Porque temos menos proteção na lei e continuamos sem nenhum apoio real – explica.

Punições suspensas

Enquanto os Programas de Regularização Ambiental (PRA) não saírem do papel, as punições por desmatamentos ilegais nas propriedades do país estão suspensas.     A partir da implementação dos programas, as multas permanecem suspensas para aqueles produtores que se cadastrarem e aderirem à regulamentação.
Por enquanto, o governo editou apenas um decreto para regulamentar pontos gerais do Cadastro Ambiental Rural e do PRA. Tanto setores ligados ao agronegócio como ambientalistas reivindicam participação ativa na definição dos próximos critérios de regulação do Código Florestal.

FONTE: Agência Câmara

OUROFINO AGROCIÊNCIA LANÇA SINGULARBR, SEU PRODUTO À BASE DE FIPRONIL



Gabriel Bononi
Assessoria de Imprensa

A Ourofino Agrociência, planta de defensivos agrícolas com sede em Uberaba/MG, anuncia no dia 3 de dezembro o lançamento do SingularBR, produto à base de Fipronil usado no controle de pragas do solo e insetos em diversas culturas.
De acordo com Antônio Nucci, gerente técnico da Ourofino Agrociência, o produto é de extrema importância para culturas vitais para a economia brasileira, como a batata e a cana-de-açúcar. “A aplicação do SingularBR no sulco do plantio garante grande tranquilidade ao produtor. E o diferencial do produto da Ourofino é sua apresentação líquida. Isso garante facilidade no manejo”, afirma.
A aplicação do produto no cultivo de cana-de-açúcar garante até quatro anos de proteção contra as principais pragas do solo. Em batata, é muito utilizado para o controle de larva alfinete, garantindo um produto de maior qualidade e consequentemente maior retorno para o produtor. Nesta gama de insetos causadores de prejuízos, o inseticida age danificando o sistema nervoso central, levando a morte. No caso da cana-de-açúcar, por exemplo, os ataques destes insetos podem ocasionar perdas de cerca de 10 toneladas por hectare ao ano, o que representa uma média de 60 toneladas por hectare durante o ciclo da cultura. “Por isso é de extrema importância que o produtor se proteja desses ataques, pois o prejuízo poder ser muito grande”, declara Nucci.
O produto é fabricado na unidade Agrociência da Ourofino Agronegócio. A fábrica, mais moderna da América Latina no segmento, é certificada com os selos ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), OHSAS 18001 (Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho) e ISO 9001 (Sistema de Gestão de Qualidade).


FONTE: Grupo Cultivar

DUPONT PIONEER INAUGURA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SOJA EM CATALÃO-GO


A DuPont Pioneer inaugurou nesta quarta-feira (14/11) no município de Catalão, Goiás, a maior e mais moderna unidade de beneficiamento de sementes de soja da companhia no mundo. A planta tem capacidade para processar dois milhões de sacas de 40 quilos de sementes ao ano e deve gerar cerca de 100 postos de trabalho efetivos e 100 temporários na região.
“A iniciativa faz parte da nossa estratégia global de ampliar a produção e a oferta de alimentos para atender o crescimento da população mundial. Nesse cenário, o Brasil tem papel estratégico devido ao elevado potencial de produção”, declara Roberto de Rissi, diretor da DuPont Pioneer no Brasil. O executivo ressalta que a escolha de Catalão deve-se às facilidades logísticas oferecidas pelo município e condições climáticas que favorecem a produção de sementes de alta qualidade. “Temos o compromisso de levar o que existe de mais avançado em genética e tecnologia de produção de sementes para os nossos clientes”, reforça o executivo.
A DuPont Pioneer investiu US$ 62 milhões na instalação da nova unidade com o objetivo de duplicar a capacidade atual de produção, que é de 88 mil toneladas ao ano (ou 2,2 milhões de sacas 40 quilos) e que estava concentrada na unidade de Planaltina (Distrito Federal). Em Catalão, a empresa apostou em uma moderna e avançada estrutura distribuída em uma área de 41 mil m2. No primeiro ano de operação, a empresa planeja atingir a marca de 40 mil toneladas de sementes de soja.
A unidade entrará em operação a partir do início do próximo ano e possui avançados recursos para análises e processamento das sementes, como laboratório de análise de sementes para monitoramento de todos os processos e fases do beneficiamento, garantindo a melhor qualidade fisiológica. A planta também possui processos 100% automatizados, para garantir a total pureza física e fisiológica, além de garantir todo o potencial genético das sementes. Equipamentos de última geração serão utilizados no processamento, além de tratadores industriais por batelada e robôs utilizados no processo de ensaque e paletização das embalagens.
Os investimentos fazem parte da estratégia global da DuPont em torno das grandes desafios frente ao crescimento acelerado da população mundial, que em 2050 alcançará a marca de 9 bilhões de habitantes segundo dados da Organização das Nações Unidas. Para tanto, a empresa investe em tecnologias que contribuam para o aumento da produção de alimentos seguros e saudáveis, criação de fontes alternativas de energia e em produtos e serviços para a segurança das pessoas e do meio ambiente.

FONTE: Grupo Cultivar

SOJA INTACTA É TEMA DO AGRIBUSINESS ENTREVISTA

RENDA AGRÍCOLA MINEIRA DEVE CRESCER 12% EM 2012



Ivani Cunha
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento


A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) informa que a renda agrícola de Minas Gerais deverá crescer 12% e alcançar R$ 26,3 bilhões em 2012. A previsão tem por base o estudo do Valor Bruto da Produção (VBP) realizado em outubro pelo Mapa.
O VBP se refere à renda dentro da propriedade e considera os preços recebidos pelos produtores das principais culturas agrícolas do país. Em Minas, o produto mais importante das lavouras é o café, e nas avaliações da renda agrícola de 2012 está prevista uma redução de 10,2% para a cultura, que deve alcançar R$ 10,7 bilhões. Mas a cana de açúcar continua com boas perspectivas: valor de R$ 4,5 bilhões, aumento de 12,8% em relação a 2011.
“O aumento do valor previsto para a cana se deve ao aumento da produção e melhoria dos preços”, assinala o secretário da Agricultura, Elmiro Nascimento. Ele aponta também para a estimativa de ascensão do milho com base nos mesmo fatores, que devem possibilitar um VBP de R$ 3,3 bilhões, aumento de 11,8% em relação ao ano passado.
A soja também segue com números expressivos: VBP de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 39,4% em relação a 2011. Segundo Nascimento, o produto foi beneficiado principalmente pela valorização no mercado interno e externo e externo. “Assim como o milho, a soja tem uma demanda crescente principalmente para atender à produção de ração animal (aves e suínos), além das exportações do produto e seus subprodutos. “Também contribuiu para o aumento do preço do milho e da soja a redução da safra americana”, observa o secretário.
O VBP do feijão, em Minas, tem valor previsto de R$ 1,6 bilhão, aumento de 53,4%, principalmente como consequência da valorização do produto no mercado interno. Ainda são considerados expressivos os valores estimados para a banana, que devem alcançar R$ 667 milhões, aumento de 68,9%, e para a batata, que tem previsão de R$ 842 milhões, crescimento de 11,5%.
O algodão das lavouras de Minas também mostra bom resultado: VBP de R$ 236 milhões, aumento de 14,5% em relação a 2011.
“Pode-se constatar, portanto, que à exceção do café todos os principais produtos da agricultura mineira apresentam estimativa positiva”, acrescenta Nascimento.

Dados do Brasil

A renda agrícola do Brasil deve alcançar, em 2012, a soma de R$ 233,8 bilhões, um aumento de 2,9% em relação ao valor do ano passado. Segundo o secretário, os estudos já possibilitam a estimativa para o país, em 2013, de um VBP de R$ 289,5 bilhões, cifra 23,8% superior à do período atual.
“A soja será o produto mais valorizado, com uma projeção de R$ 102,2 bilhões, crescimento de 52,1% em relação a 2012. Já a previsão para a cana de açúcar é de um VPB de R$ 45,3 bilhões, ou crescimento de 10,6%. O milho completa a relação dos produtos agrícolas com maior evolução prevista para 2013, sendo o valor estimado de R$ 36,2 bilhões, aumento de 7,8%.

Números do VBP agrícola – MG

VBP total: R$ 26,3 bi (+12%)

Cana de açúcar: R$ 4,5 bi (+12,8%)

Milho: R$ 3,3 bi (+11,8%)

Soja: 3,1 bi (+39,4%)

Feijão: R$ 1,6 bi (+53,4%)

Banana: R$ 667 milhões (+68,9%)

Batata: R$ 842 milhões (+11,5%)

Algodão: R$ 236 milhões (+14,5%)

Café: R$ 10,7 bi (-10,2%)

Brasil

2012: R$ 233,8 bi (+ 2,9%)

2013: R$ 289,5 bi (+23,8)

FONTE: Grupo Cultivar

BRASIL RECICLA 80% DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS


Nos últimos 10 meses, mais de 31,6 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos foram recolhidas e tratadas adequadamente. O volume divulgado nesta terça, dia 13, pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), representa crescimento de 6% no recolhimento do produto em todo o Brasil.
O aumento reflete o incremento da atividade agrícola nas regiões Centro-Oeste e Sul. A expansão da produção em Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e nas novas fronteiras agrícolas, como o oeste da Bahia, Maranhão e Piauí exige dos agricultores mais tecnologia e o uso frequente de agrotóxicos e defensivos agrícolas.
O presidente do inPEV, João Cesar Rando, garante que a intensificação da atividade no campo tem sido acompanhada pelo recolhimento e destinação das embalagens. Segundo ele, o procedimento criado há 10 anos, conhecido como Sistema Campo Limpo, atingiu maturidade e cobertura de quase todo o território nacional.
— Naturalmente há resposta ao aumento na utilização das embalagens. Os índices do Brasil de recolhimento chegam a 80% das embalagens colocadas no mercado — disse.
O Brasil é apontado como líder neste tipo de cadeia de reciclagem, seguido por países como Alemanha e Canadá que conseguem recolher e reciclar cerca de 75% das embalagens.
A cobertura apontada por Rando inclui embalagens primárias, as que têm contato direto com o produto químico, e as embalagens secundárias, como caixas de papelão onde são acondicionadas as embalagens primárias, garrafas e potes de produtos.
Rando explica que para atingir 100% de recolhimento, o país precisa investir em campanhas, logística e fiscalização.
— Existem locais afastados, onde não há agricultura intensa e falta um pouco de informação para o agricultor, falta ter uma cadeia mais bem organizada nessas regiões. O sistema depende da atuação de todos os elos da cadeia — afirmou, defendendo ações que incluam investimentos em infraestrutura para facilitar o transporte.

FONTE: Agência Brasil

AGRICULTORES GAÚCHOS AGUARDAM POR REGULAMENTAÇÃO DE LEI QUE DISPONIBILIZA PROTETOR SOLAR GRATUITO


Os gaúchos lideram as estimativas de incidência de câncer de pele no Brasil. A previsão para este ano é de que a cada 100 mil homens, 6,71 tenham a doença, e a cada 100 mil mulheres, 6,36 sejam diagnosticadas. No exame preventivo realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em 2011, dos mais de 2,6 mil gaúchos examinados, metade declarou ficar exposta ao sol sem proteção, sendo que 13% foram detectados com câncer.
Os agricultores são os que mais trabalham expostos ao sol. Para melhorar o quadro da doença, o deputado estadual Heitor Schuch criou a Lei do Protetor Solar, sancionada em 2010, que permitirá a distribuição gratuita do produto para trabalhadores rurais, pescadores e aquicultores no Estado.
O autor da lei explica que serão beneficiadas as pessoas suscetíveis à doença, que já apresentam problemas ou que tenham recomendação médica para usar protetor o ano inteiro.
A regulamentação e o desenvolvimento do produto, porém, são dificuldades que adiam a aplicação da legislação. O Laboratório Farmacêutico do Estado do Rio Grande do Sul (Lafergs) é o responsável pela fabricação do protetor, mas o maquinário da produção ainda deve passar por reforma, e isso depende da autorização de órgãos de vigilância sanitária, processo com data indefinida. O farmacêutico indica que o produto poderá estar disponível até o final do ano que vem.
O diretor da Lafergs, Paulo Mayorga, explica que a fórmula do produto, com fator de no máximo 30, será diferente da utilizada nos protetores das praias. O protetor destinado ao produtor rural também terá propriedades que afastam os insetos.
– A principal diferença é a adição de repelente contra os insetos e a prioridade por matérias-primas do Rio Grande do Sul, além da incorporação de um antioxidante na fórmula, tendo em vista que seus efeitos são protetores e bastante benéficos para a pele – afirma Mayorga.
Apesar dos altos índices da doença no Estado, o cenário relacionado à prevenção do câncer é preocupante.
O chefe da Emater de Venâncio Aires, Vicente Fin, acostumado a percorrer as lavouras da região, afirma que a maioria dos produtores não se protege do sol. Ele mesmo passou a se prevenir a exemplo da entidade, que disponibiliza protetores gratuitamente.
– Existe um tempo entre a informação chegar ao produtor e ele de fato assumir o uso. Mesmo próprios colegas da Emater, que distribui o produto há cinco anos, não têm o hábito de usar.
É o caso do produtor rural Marcos Antônio Schimuneck, que trabalha na lavoura de tabaco, e chega a passar seis horas sob o sol forte. O período da colheita é de outubro a fevereiro, meses onde a radiação solar está mais alta
– A gente sabe que é importante, mas não temos o hábito de usar.
Já o agricultor Jairo Rodrigues Borges demonstra mais preocupação devido às irritações que surgiram em sua pele. Ele afirma utilizar protetor solar há quatro anos e gastar R$ 12 por mês com o produto. Borges confessa, no entanto, que demorou a fazer disso um hábito por preconceito:
– Tinha vergonha, falavam que era coisa de mulher. Mas depois que eu coloquei, senti a diferença. Deixe que me chamem de mulher, eu vou é cuidar da minha pele – brinca.

FONTE: Canal Rural

MATO GROSSO REGISTRA PRIMEIRO FOCO DE FERRUGEM ASIÁTICA


A Aprosoja alerta os produtores para a ocorrência do primeiro foco de ferrugem asiática em Mato Grosso. O Consórcio Nacional Antiferrugem, por meio do sistema de monitoramento online de dispersão da doença, registrou um foco de ferrugem presente em soja guaxa no município de Alto Araguaia, região sul do Estado. Segundo o gerente institucional da Aprosoja, Nery Ribas, o tempo seco estava ajudando no controle da doença, mas com a intensificação das chuvas, o fungo, que estava latente nestas plantas, encontrou o ambiente necessário para se desenvolver.
– O alerta é para os produtores redobrarem os cuidados com a lavoura. E acompanhar o mapa de dispersão da ferrugem no site do Consórcio. Ainda não registramos nenhum caso em lavoura, mas este ano o número de plantas guaxas com a presença de esporos do fungo foi bem maior do que nos outros anos, e isto pode ser uma ‘ponte’ para a disseminação da doença. A soja guaxa é aquela que nasce voluntária em beira de rodovia, canteiros de obras e até mesmo nos terminais de carregamento e desembarque do grão e no perímetro urbano – destacou Ribas.
A Aprosoja recomenda que o monitoramento da lavoura seja efetivo e sistemático e que a equipe técnica da propriedade esteja preparada e efetue os tratamentos conforme recomendações.
A ocorrência foi registrada pela Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com o coordenador do Mapa, Wanderlei Dias Guerra, pelo menos 80% das plantas que nasceram às margens das estradas durante o período do vazio sanitário eram portadoras da ferrugem asiática.
No mapa online do Consórcio Nacional Antiferrugem pode ser acessado é possível conferir gratuitamente os focos já registrados da doença e em quais municípios e regiões produtores foram identificados.

FONTE: Aprosoja

SYNGENTA TEM AUTORIZAÇÃO PARA COMERCIALIZAR FUNGICIDA DE SEGUNDA GERAÇÃO


A companhia suíça de agroquímicos Syngenta anunciou na terça, dia 13, que recebeu autorização da União Europeia (UE) para a comercialização do isopyrazam, um fungicida de segunda geração para combater várias doenças, como a ferrugem amarela.
No sistema de aprovação provisória da UE, agricultores britânicos e irlandeses usaram o isopyrazam nos dois últimos ciclos em plantações de trigo e cevada. A Sygenta acrescentou que pretende registrar produtos com o fungicida na maior parte dos mercados europeus para o uso em cereais e outras lavouras, como colza, vegetais e frutas.

FONTE: Estadão Conteúdo 

PROJETO PROPÕE SELO PARA AGRICULTURA FAMILIAR DO MERCOSUL


O primeiro passo para a criação de um selo que identifique o agricultor familiar do Mercosul está sendo dado no Rio Grande do Sul. O encaminhamento e a formalização de uma proposta para reconhecimento mútuo dos registros nacionais da agricultura familiar nos países que compõem o bloco é um dos temas debatidos na Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), que termina nesta quinta, dia 15, em Caxias do Sul.
Depois dessa fase de elaboração, o documento deve seguir para o Grupo Mercado Comum, instância superior à Reaf, que avaliará a proposta. Se a medida passar a valer, será possível a realização de iniciativas comuns de políticas agrícolas entre os países, explica o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, que participou ontem da abertura da Reaf.
– Assim como nós já temos no país o selo de identificação, é possível a criação de um para o Mercosul. Seria interessante como estratégia de busca de mercado para a agricultura familiar ocupar mais espaço – avalia Pepe.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, também presente no evento, destaca que o reconhecimento mútuo será importante ainda para identificar os produtores.
– Por meio dos registros, faremos uma fotografia do setor. Assim, o governo poderá ter uma aproximação maior com o agricultor familiar, pois saberá onde ele está – acredita.
Patriota lembrou ainda que boa parte dos pequenos produtores tem pouca renda mensal. Em função disso, ressalta que são indispensáveis políticas públicas de apoio ao setor.

A 18ª edição da Reaf ocorre pela primeira vez fora de uma capital.

– Caxias é referência no assunto, já que quase 100% da agricultura da cidade é considerada familiar – destaca Pepe. Além dos dois ministros brasileiros, o evento contou com a presença de autoridades dos governos que compõem o Mercosul e de países especialmente convidados, como Equador e Cuba.

FONTE: Pioneiro 

ENTENDA COMO DEVE SER A COMPOSIÇÃO DA RESERVA LEGAL DE ACORDO COM O NOVO CÓDIGO FLORESTAL


O debate de mudanças na legislação florestal brasileira ganhou força no Congresso nos últimos quatro anos, após o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva editar um decreto prevendo multa para quem não cumprisse os índices de Reserva Legal na propriedade. A possibilidade mais concreta de punição, aliada a restrições a crédito, fiscalização por satélite e pressão do Ministério Público, acendeu o sinal de alerta no campo.
O antigo Código Florestal sancionado em 1965 e depois alterado pontualmente, passou a ser mais fortemente criticado pelos produtores. Durante os debates no Congresso, a aplicação das multas pelo descumprimento da Reserva Legal foi adiada seguidas vezes. Até que, com a aprovação de um novo código em maio (Lei 12.651/12) e algumas alterações em outubro (Lei 12.727/12), produtores e governo chegaram a um consenso sobre como a regularização poderia ser flexibilizada conforme o tamanho da propriedade e o período de ocorrência do desmatamento.
            A Reserva Legal continua variando entre 20% e 80% de mata nativa na propriedade, dependendo da região do país. Mas, pela nova lei, o proprietário pode incluir no cálculo da reserva outras áreas obrigatórias de preservação, como as matas às margens de rios, por exemplo. Isso era bastante restrito antes.

Proteção menor?

Na prática, as áreas protegidas vão diminuir, o que preocupa ambientalistas como o advogado Raul do Valle, do Instituto Socioambiental. Ele lembra que as regras mais flexíveis vão atingir, principalmente, as regiões do país mais carentes de vegetação nativa e, por isso, mais sujeitas a problemas de água e fertilidade do solo.
O advogado alerta ainda para possíveis dificuldades de aplicação da lei, o que, na sua avaliação, terá de ser resolvido nos decretos que virão para regulamentar o novo Código.
– Essa lei criou duas categorias de cidadãos: os que respeitaram a lei terão obrigação de preservar mais do que os que não preservaram. A lei trouxe anistia maior para os chamados pequenos agricultores, mas muitas fazendas no Brasil estão divididas em mais uma matrícula. No cartório, é mais de uma fazenda – disse Valle.
Para Raul do Valle, se o decreto não proibir o cadastramento fracionado de imóveis, “essa anistia que foi direcionada para os pequenos produtores tende a se espraiar para médios e grandes."

Futuras mudanças

O ex-ministro da Agricultura e deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR) concorda que a prática poderá levar a novas mudanças no código. A diferença, segundo ele, é que agora a maioria dos produtores conta com uma norma possível de aplicação.
– [O novo código] tranquiliza mais ou menos 90% dos nossos produtores. Mas ainda teremos, com certeza, alguns problemas para o futuro à medida que o código for sendo aplicado – disse.
Stephanes ressalta que a legislação anterior não gerava problemas porque não era aplicada.
– O Congresso devia criar uma comissão especial para acompanhar a implantação e estudar questões básicas, como custo de implantação – sugere o parlamentar.
O deputado Bohn Gass (PT-RS), presidente da comissão especial sobre a medida provisória que fez as últimas alterações no Código, defende que o debate da aplicação da legislação passe também pela busca de técnicas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente.
– O debate que precisamos fazer é de aprimoramento no sentido de termos mais tecnologia menos agressiva ao meio ambiente. Que não tenha a necessidade de o Brasil ser o campeão mundial de uso de veneno na lavoura. Como vamos preservar melhor a água. Esse é o debate do futuro – defendeu.
Por enquanto, o governo editou apenas um decreto para regulamentar pontos gerais do Cadastro Ambiental Rural e do Programa de Regularização Ambiental. Entidades do agronegócio e ONGs ambientalistas reivindicam participação ativa na definição dos próximos critérios para regular o novo Código Florestal.

FONTE: Rural BR 
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